Hermetismo e Maçonaria
Hermes é conhecido como o Mestre dos Mestres, Três
vezes Grande, O Trimegistro. Seus ensinamentos estão presentes nas mais
diversas religiões, ritos e tradições.
Esse vídeo irá falar sobre as ligações da ordem
maçônica com o hermetismo.
E foi adaptado, assim como esse poste, do artigo de Federico Gonzalez e está
disponível no blog Alquimia Operativa.
No antigo manuscrito maçônico Cooke, da Biblioteca
Britânica, lê-se nos parágrafos 281-326 que toda a sabedoria antediluviana foi escrita
em duas grandes colunas. Depois do dilúvio de Noé, uma delas foi descoberta por
Pitágoras, a outra por Hermes, os Filósofos, que se dedicaram a ensinar os
textos ali gravados. Isto se encontra em perfeita concordância com o
testemunhado por uma lenda egípcia, da qual já dava conta Manethon, um
historiador e sacerdote egípcio.
É óbvio que essas colunas, ou obeliscos,
semelhantes aos pilares J. e B., são as que sustentam o templo maçônico e, ao
mesmo tempo, permitem o acesso ao mesmo e configuram os dois grandes afluentes que
nutrirão a Ordem: o hermetismo, que assegurará o amparo do deus através da
Filosofia, quer dizer do Conhecimento, e o pitagorismo, que dará os elementos
aritméticos e geométricos necessários, que reclama o simbolismo construtivo;
deve-se considerar que ambas as correntes são direta ou indiretamente de origem
egípcia.
Igualmente que essas duas colunas, são as pernas da
Mãe loja, pelas quais é parido o Neófito, quer dizer pela sabedoria de Hermes,
o grande iniciador, e por Pitágoras, o instrutor gnóstico.
Outra referência é na mais antiga Constituição
Maçônica editada, a de Roberts publicada na Inglaterra em 1722 (portanto anterior
à de Anderson), é mais que a codificação de antigos usos e costumes operativos
que derivam da Idade Média, e que serão desenvolvidos posteriormente na
Maçonaria especulativa, menciona-se especificamente a Hermes, na parte chamada
“História dos Franco-maçons”.
Hermes Trismegisto grego (o Thot egípcio), é uma
figura tão familiar à Maçonaria dos mais distintos ritos e obediências como o
poderia ser para os alquimistas, forjadores da imensa literatura
posta sob seu patrocínio.
Não só o Hermetismo é o tema de abundantes pranchas e
livros maçônicos, e inumeráveis lojas maçônicas se chamam Hermes, mas também
existem ritos e graus que levam seu nome.
Assim, há um Rito chamado os discípulos de Hermes;
outro o Rito Hermético da loja Mãe Escocesa de Avignon, Filósofo de Hermes é o
título de um Grau cujo catecismo se encontra nos arquivos da “loja dos amigos
reunidos de São Luis”, Hermes Trismegisto é outro grau arcaico do qual nos dá
conta Ragón, Cavaleiro Hermético é uma hierarquia contida em um manuscrito
atribuído ao irmão Peuvret onde também se fala de outro denominado Tesouro
Hermético, que corresponde ao certo grau da nomenclatura chamada da
Universidade, aonde existem outros como Filósofo Aprendiz Hermético, Intérprete
Hermético, Grande Chanceler Hermético, Grande Teósofo Hermético , O Grande
Hermes, etc.
Igualmente no Rito do Memphis existe um grau da
série Filosófica que se chama Sublime Filósofo Hermético, e também um
determinado grau do Capítulo Metropolitano é nomeado Maçom Hermético.
Não faltam tampouco na atualidade, em revistas e
dicionários maçônicos, referências diretas à Filosofia Hermética e ao Corpus
Hermeticum, onde esta se encontra fixada, senão que incluem analogias com a
terminologia alquímica.
Hermes, gozou de supremo prestígio ao longo de
distintos períodos da história da cultura do Ocidente. Isto foi assim entre os
alquimistas e os chamados filósofos herméticos, e estas mesmas ideias se
manifestaram na Ordem dos Irmãos Rosacruzes, influências todas que recolheu a
Maçonaria a tal ponto que se lhe pode considerar como um depósito da sabedoria
pitagórica e sua transmissora nos últimos séculos, assim como uma receptora dos
Princípios Alquímicos, e também das ideias Rosacruzes, (9) o que é evidente
quando à simples vista comprovamos que um dos mais altos graus no Rito Escocês
Antigo e Aceito, o 18, denomina-se precisamente Príncipe Rosacruz. Igualmente
analogias e conexões com as Ordens de Cavalaria são reclamadas por alguns
maçons, concretamente com a Ordem do Templo.
Falta-nos mencionar um pouco mais à Alquimia como
influência presente na Ordem Maçônica. Já assinalamos que Enxofre, Mercúrio e
Sal, os princípios alquímicos, encontram-se diretamente incorporados, desde os
primeiros graus.
A Alquimia tem em comum com a Maçonaria o
desenvolvimento interior, tendente à Perfeição.
No simbolismo maçônico, tal como no Alquímico, o
sol e a lua exercem um papel fundamental e os encontramos em lugares tão
essenciais como nos quadros e na decoração das lojas maçônicas (em seu
Oriente). Certamente que se trata dos princípios ativo e passivo, que também se
correspondem às colunas Jakim e Boaz, que deste modo assinalam a oposição
destas energias, ao mesmo tempo que sua conjunção num eixo invisível, do qual
tende o prumo o Grande Arquiteto do Universo. Sem deixar de dar primazia a este
significado geral, deve também se ter em conta a realidade destes astros, já
que existe um calendário maçônico cujos dois pontos extremos constituem, como
em quase todas as Tradições, os solstícios de verão e de inverno, sinalizando os
pontos intermédios correspondentes aos equinócios na roda temporal, e nos
introduzem na doutrina dos ritmos e dos ciclos.
Por isso que Hermes e o Hermetismo são referências
habituais na Maçonaria, como o são também Pitágoras e a geometria. Por outra
parte, ambas as correntes históricas de pensamento derivam através da Grécia,
Roma e Alexandria, do Egito mais remoto, como em última instância acontece com
toda Organização Iniciática, capaz de religar o homem com sua Origem. A loja
maçônica, como se sabe, é uma imagem visível da loja Invisível, como o Logos é
o desenvolvimento da Triunidade dos Princípios.
O Mestre Construtor leva sua loja maçônica interior
a todas as partes, ele mesmo é isso, uma miniatura do Cosmo, desenhada pelo
Grande Arquiteto do Universo. Mas a obra está inacabada. Necessita-se polir
(com Ciência e Arte) sua pedra bruta tal como cinzelou o Criador sua Obra. Os
números e as figuras geométricas simbolizam conceitos metafísicos e
ontológicos, que também representam realidades humanas concretas e imediatas,
tão necessárias como as atividades fisiológicas e, daí por diante, quaisquer
outras.
A influência do deus Hermes, e as ideias do sábio
Pitágoras não desapareceram totalmente deste mundo crepuscular que habitamos.
Definitivamente, os diversos componentes da
Maçonaria deixam claro, que ela é a guardiã dos mais sagrados e antigos
conhecimentos da humanidade.
Fonte: http://hermetismoymasoneria.com/